Estudos apontam que a nova variante do coronavírus pode ser responsável pelo crescimento de 42% dos casos
A saúde pública da população mundial continua sob ameaça. Isso porque uma nova linhagem do sars cov-2 foi originalmente identificada em Espanha, o que resultou em uma variante do coronavírus.
A mutação pode ser a responsável pela rápida disseminação da doença no mundo. No Brasil, uma nova variante do coronavírus foi detectada em Manaus, no estado do Amazonas.
Mas quais são as informações sobre essa nova linhagem viral que vem se espalhando pelo país? É o que a gente te explica a seguir, confira!
A descoberta da nova variante do coronavírus
Nova variante do coronavírus coloca saúde mundial em jogo.
Uma pesquisa feita por cientistas das Universidades de Basel (Suíça) e de Valência (Espanha), divulgada na plataforma MedRxiv, revela que a nova variante do coronavírus foi originalmente identificada em junho de 2020.
O estudo indica que uma das mutações encontradas no material genético do vírus que o diferencia das versões anteriores ocorre na proteína spike, utilizada pelo patógeno para que invada as células humanas.
É esperado que durante uma pandemia, o vírus sofre mutações conforme é transmitido de pessoa para pessoa. O que consequentemente, torna-se uma variante mais contagiosa.
Sendo assim, é preciso manter o acompanhamento dessas alterações no código genético nos casos preocupantes para assim, tomar medidas que bloqueiem a cadeira de transmissão.
Porém, o que mais chama atenção no caso da variante de Manaus é que as mudanças aconteceram nos genes que codificam a espícula, a estrutura que fica na superfície do vírus, o que permite que o coronavírus fique ainda mais infeccioso.
Os primeiros estudos começam a acontecer
Cientistas de dez instituições, entre elas o Imperial College London e a Universidade de Oxford, ambas da Inglaterra, e o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, analisaram amostras de pacientes infectados e descobriram que 42% dos casos confirmados foram provocados por essa mutação do covid-19.
A coleta do sequenciamento genético de 31 pacientes com covid-19 em Manaus aconteceu entre os dias 15 e 23 de dezembro. Uma vez que, alguns dias antes o Japão havia anunciado a detecção de uma nova cepa de coronavírus em pessoas que viajaram do Brasil para o território japonês.
Ao que tudo indica é possível que essa mutação seja a mesma que se originou na capital do Amazonas.
A transmissão do vírus entre países faz com que várias partes do mundo bloqueiem acessos vindos do Brasil. Um exemplo disso é o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ter considerado essa possibilidade.
“Nós vamos lançar medidas extras para checar a saúde de pessoas vindas do Brasil e até impedir que pessoas venham do Brasil”, admitiu Johnson.
O resguardo é baseado na identificação de outra mutação do coronavírus, descrita como muito mais infecciosa do que a primeira, responsável por elevar o número de casos e sobrecarregar o sistema de saúde local.
O nível de transmissão ainda é uma incógnita
Ainda que seja um forte sinal de alerta, é necessário ampliar o campo de estudo para ter compreender como a nova linhagem da variante do coronavírus se difunde na pandemia em Manaus, mais especificamente.
Outro ponto a se destacar é a situação dramática em que a cidade se encontra diante a superlotação de hospitais públicos e privados, além da escassez de materiais de proteção para seguir com os atendimentos.
O nível de transmissão ainda é instável, mas altamente perigoso.
Sem contar na curva de crescimento preocupante em que o estado do Amazonas contabiliza até o momento, com mais de 5,8 mil óbitos por covid-19.
Ainda é recente para afirmar que a nova variante do coronavírus tenha influência neste cenário, mas após as análises será possível entender se ela está realmente associada ao aumento dos casos.
Existem outras cepas?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando genomas detectados no Reino Unido e na África do Sul, após autoridades sanitárias notificarem o surgimento de variantes que ameaçam a saúde da população mundial.
O conjunto de informações indicam que essas outras cepas são mais transmissíveis que as versões anteriores. Embora esses vírus não pareçam mais nocivos, eles podem afetar mais pessoas e ter um impacto no número de óbitos.
Se proteger diariamente ainda é a recomendação mais eficaz para evitar a contaminação da nova variante do coronavírus.
À medida em que as pesquisas vão avançando a respeito das novas linhagens, as os cuidados e a prevenção seguem as mesmas. Usar máscara e permanecer em casa o máximo que puder ou conseguir, ajuda a amenizar os riscos de transmissão do covid-19.
Ter o hábito de lavar as mãos com frequência e deixar os ambientes bem ventilados continuam sendo as práticas mais seguras para o nosso atual cenário. Por isso, não se descuide. A pandemia ainda não acabou, ela pode ganhar muito mais força com essa nova variante do coronavírus.